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Agosto Lilás Termina com Marcha pelo fim Feminicídio no Maranhão

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Na manhã deste sábado (31), o centro de São Luís foi palco de uma importante manifestação em defesa dos direitos das mulheres e pelo fim da violência de gênero. A Pela Vida das Mulheres reuniu uma multidão de participantes e marcou o encerramento das atividades do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e ao combate à violência contra a mulher.

A caminhada começou na Praça Deodoro, um dos pontos históricos de São Luís, e seguiu em direção à Praça João Lisboa. Durante o percurso, mulheres de diversas idades e perfis sociais entoaram palavras de ordem e carregaram faixas e cartazes com mensagens claras e contundentes: “Basta de Feminicídio”, “É Pela Vida das Mulheres”, “Pare de Nos Matar!”. Os gritos de protesto ecoaram pela Rua Grande, denunciando a alarmante escalada de violência contra as mulheres, especialmente no Maranhão, estado que figura entre os mais inseguros do país para a população feminina.

Denúncia e Consciência

A marcha não foi apenas um ato de protesto, mas também um momento de reflexão e conscientização. As participantes ressaltaram a importância de dar visibilidade ao feminicídio, crime que ceifa a vida de mulheres em razão do seu gênero. No Brasil, os números de feminicídios têm alarmado especialistas e ativistas, e a situação no Maranhão é particularmente preocupante. Dados pontam que só este ano de 2024 o estado registrou 41 feminicídios, enquanto no ano de 2023 inteiro foram registrados 50 casos, colocando o Maranhão em uma posição de destaque negativo no cenário nacional.

Representantes dos coletivos e movimentos presentes na marcha destacaram em suas falas durante a marcha a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para a proteção das mulheres e combate à violência de gênero. Elas também cobraram a responsabilização dos agressores e um maior engajamento do poder público na prevenção desses crimes.

“Estamos aqui para dizer basta! Basta de feminicídio! As mulheres não podem mais sermos silenciadas pela violência. É preciso que todas as esferas institucionais se unam para combater essa realidade cruel que nos ameaça diariamente”, afirmou uma das participantes do ato.

Desafios do Maranhão

O ato foi organizado por uma ampla coalizão de coletivos, entidades e movimentos feministas, entre eles o Fórum Maranhense de Mulheres, a Marcha Mundial de Mulheres, o Coletivo Olga Benário, o Coletivo Ieda Batista, a União de Negros pela Igualdade (Unegro), o Levante Feminista contra o Feminicídio, o Movimento Mulheres em Luta, a União Brasileira de Mulheres, o Movimento Correnteza e o SindRducação. Esses grupos têm atuado de forma ativa na denúncia da violência de gênero e na defesa dos direitos das mulheres, especialmente das mais vulneráveis.

Durante a marcha, foi destacada a necessidade de se reconhecer o impacto mais cruel das desigualdades estruturais nas vidas das mulheres negras. Dados de diversas pesquisas mostram que as mulheres negras são as maiores vítimas de feminicídios e outras formas de violência no Brasil. Essa realidade foi fortemente destacada pelos coletivos presentes, que exigiram políticas específicas para o enfrentamento dessa questão.

Encerramento

Ao final da caminhada, na Praça João Lisboa, a marcha foi concluída com discursos que enfatizaram a necessidade de manter a mobilização e a conscientização sobre a violência de gênero. As lideranças destacaram que o encerramento do Agosto Lilás não representa o fim das lutas, mas sim um ponto de partida para a continuidade da busca por justiça e igualdade para todas as mulheres.

O ato deste sábado deixou claro que a luta contra o feminicídio e pela preservação da vida das mulheres é urgente. A mensagem central foi contundente: a sociedade não pode mais tolerar a impunidade e a violência que têm ceifado a vida de tantas mulheres, tanto no Maranhão quanto em todo o Brasil.

Essa marcha, integrando as atividades do Agosto Lilás, reafirma a importância de uma mobilização constante e coordenada para que o Maranhão seja, um dia, lugar onde as mulheres possam viver em segurança. O apelo foi lançado, e a expectativa é que as ações e políticas públicas reflitam esse compromisso, honrando as vozes que se ergueram nas ruas de São Luís.

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